Uma
das tarefas mais estranhas que existe é a ida ao
supermercado, pois acreditem, ainda enfrentamos perigos para colocar em nossas
mesas o pão nosso de cada dia. E numa dessas idas descobri! Descobri o milagre
da multiplicação das mãos. Explico:
As
mexericas, bendita e deliciosa bolsinha de gomos saborosos, estavam na
promoção... Promoção? Hummm, por “R$ 2,95”!!!!!
Caminhei
para chegar ao local das frutas e verduras e o que vejo ao longe? Os idosos,
eram muitos, fizeram uma barricada com os carrinhos do supermercado em volta da
banca cheia e ainda, para chegar às bolsinhas suculentas, eu teria que passar pelo
labirinto de outros carrinhos, espalhados pelo corredor.
Foi
uma das coisas mais tensas que fiz, pois para passar não poderia encostar e nem
empurrar nenhum desses carrinhos, porque acreditem, vem idoso de todo lado
gritando que o carrinho é dele. Tenso!
Mas,
fui caminhando com passos elegantes de balé, com meu fiel escudeiro (carrinho
de compras), deslizando-o para um lado e suavemente para o outro e, chego a
barricada. Tento colocar meu corpinho em uma das brechinhas e levo uma braçada,
escorrego para o outro e sou literalmente escorraçada por um bumbum masculino e
de glúteos flácidos, cujo ato faz-me dar um plié frágil para o outro lado.
Sem
desistir, segurando a minha sacolinha, morrinhenta de abrir, porque para abrir
tem que molhar as pontas dos dedos (muitas vezes com saliva) e esfregar de um
lado para o outro, até surgir uma abertura.
Mas
voltando, não conseguia chegar perto da bolsinha suculenta. Foi quando vi, com
meus olhos de gavião, espertos como eles só, as caixas debaixo da bancada e
elas estavam viçosas e arrumadinhas. Fui
calmamente, para não chamar a atenção e puxei a caixa. Mal a puxei e
levei minhas mãozinhas delicadas e pronto: Multiplicou!!!
Foi
mão pra lá, mão pra cá e ainda, empurraram a minha mão, pegando as mexericas,
guardando em suas sacolinhas morrinhentas e eu segurando a caixa.
Outro
plié delicado e repousei a caixa no chão e vários bumbuns surgiram, pois
abaixavam para pegar mais. Cortina de bumbum! Comecei a rir da cena inusitada!
E lá
estava a banca, livre para que eu pudesse me aproximar!