Olá, pois é, estou sumida novamente. Me desculpem, mas a faculdade está exigindo sangue, suor e lágrimas, mas é realmente compensador.
Eu estava preparando uma aula para as crianças de minha igreja, quando me lembrei do curso de filosofia em que o professor nos falou sobre o mundo das ideias, de Platão. Ouvindo a explicação associei imediatamente com o pecado e como o mundo reage quando falamos do evangelho.
Estava a procura de imagens, quando me deparei com um site que falava o que eu pensava. Pronto, minha aula está mais do que bem explicada. Vou compartilhar o endereço, passem lá depois e confiram. Foi muito bom. ( http://tuporem.cdlpiba.org.br/?p=1082).
Não sei se
você já ouviu falar do “Mito da Caverna”. É o livro de nº VII da “República”
escrito pelo filósofo grego Platão. Apesar de bastante conhecido, é bastante
complexa sua escrita e de difícil compreensão.
Platão nos faz
imaginar uma caverna onde existem alguns homens que não apenas moram lá, mas
estão presos pelos pés e pelas mãos e não se mexem. Conseguem somente olhar
para frente, e a única coisa que vêm é uma luz que entra na caverna, refletindo
sombras numa parede. Então, o que acontece com os homens lá fora, reflete lá
dentro, inclusive com o som que vem de fora ecoando pela caverna. A única coisa
que fazem na vida é observar as sombras que passam por eles. Para eles, aquela
é a realidade. Para eles, o mundo todo está naquela parede. De tanto observar
as sombras, vivem uma vida mesquinha, com competição entre si para constatar
quem vê melhor as sombras, para ganhar louvores e honras. Cegados pela sombra,
da caverna não querem sair. Acostumaram a ver a vida daquela maneira.
Mas então um
prisioneiro consegue se libertar e vai saindo da caverna aos poucos até chegar
no mundo lá fora, e observa que os homens e os sons que viam e ouviam na
caverna, são como eles e que a vida lá fora é viva, pois existe natureza e
claridade. Existe o sol!
Tentando voltar
para a caverna e mostrar aos seus companheiros o quanto estão enganados, o
quanto o que veem e ouvem são mentiras, aquele homem estará sujeito a ser
ignorado ou até morto, por falar tantas “invenções”. Tirar o homem da caverna é
um processo. Poderia primeiro mostrar a noite, o reflexo na água, estrelas e
lua e só depois o sol. A partir do sol conhecem as estações, os anos, a causa
do que viam na caverna.
Com este mito,
Platão quis ensinar que nós vivemos numa realidade de sombras, que estamos
acostumados com o senso comum, vivendo em total ignorância, como presos numa
caverna e tendo como realidade apenas o que se vê à frente. Ele queria
despertar em nós o pensar, a crítica, a eterna busca da verdade, razão da filosofia.
Mas temos dificuldade com o verdadeiro, apresentamos resistência. Pensar dói.
Sair da zona de conforto incomoda, há ofuscamento pela luz porque sempre
vivemos nas trevas. Platão quer nos tirar do senso comum, do “aceitar tudo como
é”.
Platão ensina que é
dever de todo cidadão chegar ao mundo das ideias e depois voltar à caverna de
onde saiu, e iluminar o que está errado, levar a verdade. Não pode ficar no
mundo das ideias sem voltar para iluminar as trevas. O conhecimento está ligado
ao dever de compartilhar.
Ao estudar esses
ensinamentos, isso me fez pensar em nossa vida cristã.
Nascemos pecadores.
Estamos escravizados pelo pecado, presos na escuridão, tão cegos e perdidos que
não conseguimos por nós mesmos ver nosso próprio erro. Aceitamos o que é errado
porque “não é tão errado assim”, ou porque as consequências nem são tão
doloridas. E temos uma leve sombra do que é correto, justo e bom. Acreditamos
que esses conceitos nos bastam para viver bem. Mas, na verdade, o correto, o
justo e o bom estão em Deus. Por Ele nos ter criado à sua imagem e semelhança,
carregamos conosco esses conceitos.
Então é preciso
sair da caverna, livrando-se da escravidão do pecado. A diferença, é que por
nossos próprios esforços, não conseguimos sair. É Cristo quem nos liberta dessa
escravidão, é o Espírito Santo que nos convence do pecado e nos tira da
caverna. Por meio de Cristo, vemos a Luz! Por meio de Cristo nos encontramos
com Deus, fonte de toda verdade, fonte de toda justiça, fonte de tudo o que é
bom, pois é Ele quem determina o que é correto, justo e bom. Por meio dEle
encontramos a vida, por meio dEle somos perdoados e purificados!
No entanto, não
podemos ficar apenas vivendo na luz e desfrutando da presença de Deus. É
preciso voltar à caverna! Não para nos tornar escravos novamente. Afinal, uma
vez libertos, não há como nos escravizar novamente, ficarmos presos novamente
vivendo uma falsa vida, sabendo que existe liberdade fora da caverna. Mas
precisamos ir até a caverna, ir ao mundo, onde vivem os escravizados pelo
pecado, para levar a luz, levar a verdade àqueles que estão vivendo de ilusões.
Precisamos iluminar a caverna, apresentar a realidade, apresentar a Fonte da
justiça, do bem, do amor, do correto, a verdade!
Nessa volta,
seremos ignorados, seremos zombados, alguns já foram mortos e outros estão
sendo julgados por mostrar a Luz! Mas o nosso dever não pode enfraquecer, não
pode desaparecer! Cristo nos tirou da prisão da caverna e é nosso dever
compartilhar a Sua cruz, que nos trás perdão de pecados, purifica nosso modo de
viver e dá vida eterna!
O texto de 1 Pedro
2:9-10 diz:
“Vocês, porém, são
geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para
anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para Sua maravilhosa
luz. Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não haviam
recebido misericórdia, mas agora a receberam.”
A verdade central
desse texto é compartilhar a obra de Cristo é reconhecer que Ele nos tirou das
trevas e nos deu dignidade de vida!
1) COMO EU ERA:
a) Vivia
nas trevas
Nascemos moradores
da caverna. Não conhecemos a verdade, somos presos ao pecado, tendo certeza de
que não existe vida além daquilo que vivemos.
b) Não era
povo
Não há sequer
identidade para quem está na caverna. Não há reconhecimento, não são uma nação.
c) Não
tinha a misericórdia de Deus
Deus só oferece
misericórdia aos seus filhos. Ele tem misericórdia de quem Ele quer ter
(Romanos 9:15). Deus nem ouve as orações daqueles que vivem perdidos em seus
delitos e pecados. (Isaías 59:2)
2) COMO EU SOU:
a) Vivo na
luz
Cristo me tirou das
trevas! Libertou-me da escravidão das trevas, levando-me para a luz. Fez-me
enxergar minha condição de pecador e me perdoou. (João 12:36; 1 João 1:7)
a) Geração eleita
Deus nos escolheu
antes da fundação do mundo (Efésios 1:4). Ele nos escolheu para crermos nEle e
que entendamos que Ele é Deus (Isaías 43:10).
b) Sacerdócio real
O Espírito Santo
faz meu corpo refletir a santidade de Deus. Somos representantes do Senhor na
sociedade. Temos o dever de interceder a Deus pelos outros. Somo sacerdócio
real porque somos filhos do Rei!
c) Nação santa
O Senhor faz de nós
santos (Deuteronomio 28:9), ou seja, separados do pecado, e temos que ser
santos porque Ele é santo (1 Pedro 1:16).
d) Povo exclusivo
de Deus
Deus, no decorrer
da história, foi separando seu povo, povo apenas dEle. Ele tirou Israel do Egito
e o levou para a Terra Prometida. E hoje, por meio de Cristo, fazemos parte
desse povo exclusivo de Deus. Dentre todos os povos da terra, o Senhor nos
escolheu para sermos seus tesouros (Dt. 7:6; 14:2). Ele nos formou para Si
mesmo (Isaias 43:21), de modo que não somos propriedade de mais ninguém, nem de
nós mesmos. O Senhor é nosso autor e dono! Mesmo não sendo israelitas, o Senhor
nos enxertou em seu povo, fez-nos seu povo (Romanos 9:25-26).
e) Recebi
misericórdia
O Senhor teve
misericórdia de nós e nos redimiu, tirando-nos das trevas da caverna.
Privilégio de receber misericórdia do Senhor! Ele não nos deu o que merecíamos
– o inferno!
3) PARA QUE EU SOU:
E Ele então nos deu
toda essa dignidade, nos adotou como seus filhos, para proclamarmos as
suas virtudes, as suas grandezas, as suas maravilhas, as suas obras!
Quantas coisas o Senhor fez e faz por nós. Quando reconhecemos a miséria da
qual Ele nos tirou e a dignidade que Ele gratuitamente nos concedeu, temos a
intensa vontade de proclamar as obras de Deus àqueles que ainda moram na
caverna (Isaias 43:21).
APLICAÇÃO
A glória de Deus é
manifestada quando levamos a luz a quem vive nas trevas! Não deixe de falar da
mudança de vida que Ele causou em você! Ele te salvou para o louvor da Sua
glória! Compartilhe tamanho presente! Ou você quer que as pessoas ao seu redor
continuem vivendo nas cavernas com apenas um reflexo de luz?
Mas lembre-se que,
uma vez na caverna a fim de levar a luz, não convém que você se sente com eles
e coloque as algemas nos pés e nas mãos novamente. Você já conhece a verdadeira
vida! Fuja do que te leva novamente à escravidão do pecado! Viva a dignidade de
vida que o Senhor te deu!
Foi muito bom e aplicarei para as crianças amanhã. Abraços
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