Doenças patológicas
Viuniski (2005) ressalta
que a obesidade é considerada problema de saúde pública, assim como uma
epidemia. O mesmo autor ainda descreve, que há trinta anos o maior agravo para
a saúde pública eram as doenças infecto contagiosas, mas foi superada por
outras doenças como a diabetes, colesterol, problemas cardiovasculares e a
pressão alta.
Estas doenças patológicas “apresentam relação direta com um
transtorno metabólico em comum: o excesso de peso. O problema fica ainda mais
preocupante quando analisamos a escalada da obesidade na população infantil”
(VIUNISKI, 2005).
3.2.1 Diabetes
Crianças que atingirem a maioridade em estado de obesidade terão
22 vezes mais chance de desenvolverem Diabetes tipo II comparadas com as de
peso adequada. (VIUNISKI, 2005. P. 97) E ainda alerta, “se não evitar o
sobrepeso e a obesidade nas crianças”, boa parte delas estará propensa ao
infarto e derrames.
A Diabetes Melitus, descrita por Meretka et al (2006), é o excesso de açúcar
no sangue, causando lesões em vários órgãos, tecidos e os vasos sanguíneos e é
mais comum o obeso adquirir a doença do que os magros.
Os sintomas que os diabéticos apresentam é a fadiga, sede em
excesso, visão borrada, aumento da micção e outros. A descrição da “palavra
Melitus vem de mel, pois na Idade Média os cientistas descobriram que a urina
desses doentes tinha sabor de mel” (VIUNISKI, 2005).
“Que os obesos têm mais ataques do coração que os magros, já era
do conhecimento de Hipócrates, o pai da medicina, há 5 séculos antes de Cristo”
confirmou Viuniski (2005) e continua dizendo que a obesidade provoca infarto
agudo do miocárdio e derrames cerebrais do que a população em geral.
Os causadores dos distúrbios cardiovasculares é o excesso de
gordura, Borges, Viana e Rezende (2003), descrevem que no Brasil, os principais
fatores de causa morte são as doenças cardiovasculares advindas pelo excesso de
peso, da pressão alta, do diabetes e do tabagismo.
A
Organização Mundial de Saúde prevê que a elevação do quadro de morbidade e
mortalidade relacionadas a doenças cardiovasculares em países em
desenvolvimento tende a persistir, o que requer medidas de prevenção no intuito
de se evitar uma epidemia de doenças cardiovasculares (BORGES; VIANA; REZENDE,
2003).
Borges,
Viana e Rezende (2003) continuam a descrever que, devido à obesidade, o
rendimento dos batimentos cardíacos aumenta, sobrecarregando o miocárdio, para
suprir as necessidades metabólicas corporais, causando a insuficiência
cardíaca, cuja principal complicação é à morte.
Viuniski
(2003) descreve a transição, por pressão, que o sangue faz em nosso corpo,
sendo duas formas: sistólica, quando se verifica o momento em que o coração
bombeou o sangue e a diastólica, quando o sangue volta para o músculo cardíaco.
Ainda
o mesmo autor (2003), quando a pressão arterial sobe, o coração pulsa mais
rápido fazendo com que os grandes vasos bombeiem mais sangue pelo organismo. O
autor continua descrevendo:
Na mesma
proporção aumentam os riscos de ataques cardíacos, derrames cerebrais e insuficiência cardíaca. Mais de 25% dos
pacientes obesos e hipertensos vão apresentar algum problema vascular cerebral
ou cardiovascular cerebral ou cardiovascular, num período de 7 anos após o diagnóstico
(VIUNISK, 2003, p.101).
Mudança
no estilo de vida e alimentar é o primeiro passo para a prevenção ou controle, conforme o mesmo autor,
diminuindo a ingestão de sal, perder peso ou evitar o sobrepeso, redução do
estresse, evitar o fumo, bebidas alcoólicas e cafeína.
Figura: Lesões
vasculares nas pernas (varizes) - Obesidade. DÂMASO, Ana (Org.), 2003, Pranchas
coloridas.
A
concentração de gordura em algumas regiões do corpo como nas pernas, por
exemplo, ligada ao peso, explica Viniuski (2005), induz uma dilatação nos vasos
sanguíneos, o que pode causar risco de entupimento ocasionando pelo acúmulo de gordura
na parede das artérias, levando o aparecimento de varizes e em alguns casos,
tromboses.
Pausas respiratórias seguidas e à queda na
saturação do oxigênio do organismo é caracterizada por síndrome da apneia
obstrutiva do sono (SAOS) e conforme Faria e Kochi (2012), “acomete de 0,7% a
3% das crianças e adolescentes obesos” e aumentam o risco de desenvolvimento de
doenças cardiovasculares futuras. Os mesmos autores descrevem os sintomas
noturnos como:
[...] roncos (presentes em 90% a 95% dos
casos), pausas respiratórias, sono agitado e com múltiplos despertares, hábito
de dormir em posição de hiperextensão cervical e sudorese. Sintomas diurnos:
respiração oral, sonolência excessiva, cefaleia matinal, déficits
neurocognitivos, alterações de comportamento, sintomas depressivos e ansiedade.
Viniuski (2005) relata que as crianças obesas
que sofrem da desordem do sono, ficam desatentas ou muito agitadas,
apresentando menor rendimento de aprendizagem e aumenta riscos de acidentes.
A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da
Síndrome Metabólica (ABESO), em 11 de outubro deste ano, informou que o Ministério da Saúde (MS) estabeleceu “a idade mínima para
as pessoas que precisam de uma cirurgia bariátrica em casos que há risco de vida do
paciente – de 18 passou para 16 anos”. Informa ainda que para que o paciente
seja contemplado à cirurgia, deve antes ser avaliado e acompanhado por uma equipe multidisciplinar durante
dois anos, realizar uma dieta e praticar atividades físicas.
“De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a
medida tem como finalidade ampliar o acesso e dar mais qualidade à cirurgia
bariátrica, uma vez que será aprimorado o que já existe no Sistema Único de Saúde (SUS) nessa questão” (ABESO, 2012). Mas a intensão do Ministério da Saúde,
conforme a ABESO, é fortalecer ações que previnam a obesidade, incentivando a
melhoria e mudanças dos hábitos de vida, da alimentação mais saudável
e à prática de exercícios físicos regulares da população.
Rodrigues
(2010) descreve o aumento na produção sebácea, como efeitos da obesidade na
pele, em que a incidência de acnes cresce, assim como os pelos, as glândulas
sudoríparas irritando a pele por causa do atrito da gordura, produzindo mais
suor devido às “grandes pregas cutâneas”, perda do colágeno, a cicatrização, a
gordura subcutânea.
Figura: Irritação na
pele por atrito da gordura abdominal com a região pélvica -Obesidade. DÂMASO, Ana (Org.), 2003, Pranchas
coloridas
Entre as várias morbidades que a obesidade apresenta, as
doenças cutâneas são muito prevalentes, apresentam alta morbidade e são
frequentemente negligenciadas. Há necessidade de maior atenção médica para os
aspectos dermatológicos e maior integração
entre endocrinologistas e dermatologistas (RODRIGUES, 2010).
A mesma autora diz que o acúmulo de pele e gordura (dobras cutâneas), em obesos, situadas nas mamas, nádegas,
abdome e coxas, causam maior tensão provocando infecção fúngica, celulite
e principalmente as estrias.
Figura:
Estrias no tronco - Obesidade. DÂMASO, Ana (Org.), 2003, Pranchas
coloridas.
3.2.8 Ortopédicos
Lamounier
e Weffort (2012) afirmam que a obesidade causa deformidade nas pernas, os
joelhos encostam um no outro enquanto os tornozelos se separam, formando um X.
Podem ocorrer lesões graves, inflamatórias, provocando dores intensas no
quadril e nos joelhos, os quais especificam:
As
alterações ortopédicas em indivíduos com obesidade decorrem, principalmente, da
modificação do eixo de equilíbrio habitual, a qual resulta em aumento da lordose
lombar, com protrusão do abdome e inclinação anterior da pelve, em cifose
torácica e em aumento da lordose cervical. Com a evolução do quadro, surgem
encurtamentos e alongamentos excessivos, que em combinação com a inclinação
anterior da pelve levam à rotação interna dos quadris e ao aparecimento do
joelho valgo (ou genu valgum) e dos pés planos (LAMOUNIER; WEFFORT,
2012).
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