O professor reflexivo
Perrenoud (2002) relata
que em cada, ou algum, instante de nossas vidas, refletimos sobre nossas ações,
seja durante ou depois, isto porque seres humanos pensam como respiram. Mas
pensar e refletir demonstra distinção, conforme o autor, porque “não existe uma
solução de continuidade entre o pensamento mais próximo da ação, aquele que a
guia, e a reflexão mais distanciada”, porém são flexíveis.
O dicionário de língua
portuguesa descreve a palavra pensar como: “Formar ideias; raciocinar, meditar;
acreditar; tencionar, cogitar; estar preocupado; imaginar; julgar; meditar” e a
palavra refletir é mais ampla, sendo: “Fazer retroceder; reproduzir;
repercutir; imitar, espelhar; revelar, deixar ver; pensar maduramente, meditar;
[...] reproduzir-se, representar-se [...]” (AMORA, 2009, p. 532 – 617).
Um professor que reflete e
questiona-se, conduz mudanças progressivas em sua vida profissional e,
consequentemente, em sala de aula, ressalta Perrenoud (2002), e essa reflexão o
leva na conquista de métodos e outros saberes, construindo conhecimentos para
novas ações, aperfeiçoando suas práticas.
A autonomia e a
responsabilidade de um profissional dependem de uma grande capacidade de
refletir em e sobre sua ação. Essa capacidade está no âmago do desenvolvimento
permanente, em função da experiência de competências e dos saberes
profissionais (PERRENOUD, 2002, p.13).
O mesmo autor continua
descrevendo, que a formação acadêmica de um professor será inferior se não
tiver formação didática, cujo domínio de conteúdos não será suficiente, se o
professor não dominar a forma de ensinar, causando um grande desequilíbrio.
Porém, descreve Perrenoud
(2002), “a preguiça intelectual inibe a prática reflexiva”, pois o ofício de
professor exige determinação, escolhas e energia, para que transforme a sua
prática em fonte de inovação. Sabe-se hoje, segundo o mesmo autor, que o
professor não mais transmite conhecimento, mas constrói experiências
formativas, estimulando aprendizagens.
Aprender e ensinar só
são possíveis pela intervenção do outro. São, portanto, atividades que se
desenvolvem por meio de uma relação. No caso da relação com o saber, ela é ao
mesmo tempo relação consigo próprio, com o outro e com o mundo, na medida em
que esse saber e essa relação ajudam a constituir a identidade do sujeito, a
sua particularidade diante dos outros sujeitos e também permitem organizar, pôr
em ordem e interpretar o mundo circundante (CORDEIRO, 2010, p. 113).
Perrenoud (2002) chama a
atenção para a necessidade de o professor desenvolver a identidade de
formadores, que lutem “contra a exclusão, contra o fracasso escolar, contra a
violência; desenvolver a cidadania, a autonomia, criar uma relação crítica com
o saber”, garantindo assim, aprimorar sua prática pedagógica com intuito de
formar pessoas capazes de pensar, formar para o pensamento e não simplesmente
para aceitar informações sem autonomia.
“Os
professores não são intelectuais em tempo integral”, confirma Perrenoud (2002),
mas para manterem uma postura reflexiva frente a sua prática e aprimorá-la,
deve relacionar-se com a sociedade, sem distanciamento. E ainda acrescenta: os
professores são “mediadores e intérpretes ativos de culturas, valores, de
conhecimentos prestes a se transformar”, não devendo assumir este papel
sozinho.
A prática reflexiva de um
professor, conforme Perrenoud (2002) deve ser baseada em dez competências que
transforme a ação do ser professor, sendo:
Organizar e estimular
situações de aprendizagem; gerenciar a progressão das aprendizagens; conceber e
fazer evoluir dispositivos de diferenciação; envolver alunos em suas
aprendizagens e em seu trabalho; trabalhar em equipe; participar da gestão da
escola; informar e envolver os pais; utilizar as novas tecnologias; enfrentar
os deveres e dilemas éticos da profissão e gerenciar sua própria formação
contínua.
A seguir, o mesmo autor
salienta as diferenças entre um professor e um formador:
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi68Isy3Oe_LPNw3pQckaNrNqHc8ODrKQZfbcwgk-zuNDNQRkePgjNOdsJkPbsqkBaPyqFs0u4Yn61Us7oCVPJW6CiTQZfhLzZOT5WcOalvNiS2nF8ybrDO9BjSHI1MLNLR5OSZfjghTZo1/s1600/ped.png)
O conhecimento da nutrição é científico e o educador deve buscar este
saber, para criar trabalhos de educação nutricional, estimular a aprendizagem e
conscientizar sobre os alimentos e a nutrição, aumentando assim o conhecimento
do educando, no intuito de mudar as crenças sobre alimentos e nutrição
(SCHIMITZ et al, 2008). Mello et al (2004) apresentaram os professores como influenciador
importante frente às atitudes do educando. O professor é o centro da equipe da
escolar, pois, é quem tem maior contato com os alunos e envolvido na realidade
sociocultural de cada um.
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