As crianças desde cedo já reconhecem alguns produtos pela
marca, aos 2 e 3 anos de idade elas já pedem pela a marca, de acordo com Rosenberg (2008), antes de saber ler
identificam alguns símbolos como o McDonalds, Coca-Cola e do sorvete Kibom.
Crianças que ficam muito tempo em frente da televisão assistem propagandas em
excesso por dia e isso causa profundas preocupações.
McDonald's é um dos maiores e mais poderosos fast foods conhecidos no mundo. “Presente
em 119 países, com 31.129 lanchonetes e 48 milhões de clientes diários” (FONTENELLE,
2006). A autora questiona o que realmente vende o McDonald's e descreve que em
1950, as palavras de Ray Kroc – o grande disseminador da marca McDonald's, era
o show business e não o
ramo de hambúrgueres, porque a rede “não vende apenas pão, mas também circo,
tornando-se o paradigma perfeito do que se denomina neste artigo de “sociedade
das imagens”“.
Em Washington, uma rede de televisão,
filiada à NBC, havia um programa de grande audiência, “O circo do Bozo”, como
um dos patrocinadores estava o franqueado do McDonalds, “vislumbrando nele o veículo onde
poderia atingir o seu público-alvo: as crianças” (FONTENELLE, 2006). Ainda a
autora, descreve o apelo dos anúncios, aliciando as crianças a irem para a
lanchonete, implorando aos seus pais. O resultado foi bombástico e o palhaço
começou a participar das inaugurações de novas lojas McDonalds, conseguindo
filas gigantescas de pais e crianças.
Com o término do programa, Fontenelle
continua descrevendo, o proprietário da loja em Washington personalizou seu
próprio palhaço, usando o mesmo ator, Wiliam Scott, para o papel.
O
nome – Ronald – surgiu por acaso: simplesmente rimava com McDonald. Sua
primeira aparição televisiva foi em 1963. Mas o palhaço só veio a ser adotado
nacionalmente pela companhia numa situação que seu biógrafo, John Love,
considerou como emergencial. Em 1965, o McDonald's se viu diante da grande
oportunidade de participar da Parada Macy's do "Dia de Ação de
Graças", comemorado em 25 de novembro, na cidade de Nova York – uma data
especial para os americanos e muito popular. Foi aí que a companhia fez sua
primeira compra, nacional, de mídia televisiva (FONTENELLE,
2006).
Figura:
A criançada tem lugar garantido - Disponível em: www.facebook.com
Ronald
McDonald torna-se o palhaço mais famoso e cria da televisão, surgindo na TV e
para a TV: “reflexo de um tempo no qual esse meio estava se tornando o grande
circo da moderna era eletrônica que, a essa altura, já podia reproduzir, com
realismo, as luzes e cores da nossa realidade cada vez mais estetizada” e
Fontenelle (2006) continua descrevendo:
Conforme visto, a
propaganda do McDonald's já surge no interior de um novo modelo de anúncio
televisivo que, embora usado em outros setores, era inédito no meio do fast-food: ao invés de anunciar
diretamente o produto e procurar convencer o consumidor dos seus atributos e
benefícios, apela-se para uma história, uma narrativa, um filme onde se procura
retratar situações nas quais a marca pode ser associada positivamente com um
certo modo de vida. É interessante atentar para o fato de que os anúncios das
diferentes marcas passaram a ser veiculados em forma de entretenimento. Daí
porque, neste caso, o palhaço Ronald é uma espécie de paradigma desse tipo de
propaganda que apela para a diversão, voltada para um espectador ávido por
entretenimento.
Conforme Fontenelle, o McDonald's em seus comerciais
denota a ilusão idealista e única de diversão encontrada somente nas lojas da
rede, seduzindo com imagens e promessas de diversão.
“A primeira loja da rede McDonalds no Brasil, foi aberta no ano de 1979,
na cidade do Rio de Janeiro” , segundo Fontenelle, e em 1985, inaugurou em São Paulo a
maior loja McDonald's da América Latina e a autora ainda descreve:
Quando aportou no
Brasil, a primeira imagem que o McDonald's representou não foi a do
entretenimento para as massas – que era a que ainda vigorava em solo americano
–, foi a de modernidade, de uma experiência de desenvolvimento, de
"cultura de ponta". Enquanto nos EUA da década de 1970 o McDonald's
se reinventou como diversão barata para as famílias de classe média americana,
no Brasil, em seus primórdios, o McDonald's era objeto de desejo de uma
juventude abastada, na região mais cosmopolita do Brasil, até mesmo devido ao
preço de seus sanduíches, até hoje incrivelmente alto, se comparado com o poder
de compra do brasileiro.
A música nos
provoca fortes sensações e dirige nossas emoções inconscientemente causando
leveza, alegria [...] “Ao identificar o papel da música nos programas de
televisão nos tornamos telespectadores menos manipulados” (ROSENBERG, 2008, p.73).
E
uma das estratégias usadas pela rede, a vinte e cinco anos atrás, foi o cantar quais
ingredientes contém em um Big Mac, hoje outras propagandas, em que os
brasileiros já sabem cantar a música, utilizam ritmos musicais do país: o
forró, o funk, o samba, a bossa nova, segundo Fontenelle (2006) e conclui, que a
propaganda comprova o pão com o circo, as cores, o palhaço Ronald e “já foi
completamente assimilada como um estilo de ser e de se divertir do brasileiro”.
Rosenberg (2008)
afirma que o McDonalds usa a propaganda para influenciar as pessoas de que lá é
um “lugar de gente feliz” independente da qualidade nutricional dos alimentos
oferecidos, os comercias usam estratégias e informações subjetivas que desperta
o desejo de comer em tal restaurante.
BIBLIOGRAFIA
FONTENELLE, I. A. Ilusões
de modernidade: o fetiche da marca McDonald's no Brasil. Psicol. Soc. Porto
Alegre, v. 18, n. 2, 2006. Disponível em:
www.scielo.br/scielo. Acesso em: 02/10/12.
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