Aspectos emocionais causados pela obesidade
A obesidade é uma das alterações mais
negativa que ocorre no corpo, causando distúrbios físicos e psicológicos,
“havendo a necessidade de uma abordagem multidisciplinar do problema”, pois os aspectos psicológicos cria uma pressão relacionada a
diversos fatores e a aparência física é uma delas (CATANEO et al. 2005).
Para obter amigos, crianças obesas,
apresentam comportamentos de baixa autoestima, sendo mais generosa que o
normal, chamam a atenção com atitudes cômicas para serem bem aceitas pelas
outras crianças ou mostram sinais de “insegurança,
insatisfação consigo mesmas, sinais de agressividade e outras” (MELLO; CARAMASCHI,
2010).
No que diz respeito às crianças obesas, [...] são
mais regredidas e infantilizadas; tendo dificuldades de lidar com suas
experiências de forma simbólica, de adiar satisfações e obter prazer nas
relações sociais, de lidar com a sexualidade, além de uma baixa autoestima e
dependência materna (CATANEO et al. 2005).
Por
descrição de Cataneo
(2005) para o obeso, comer, provoca a sensação
de tranquilidade e alívio para a angústia, causados pelas próprias barreiras
para evitar contato com outras pessoas, isolando-se e apresentando “dificuldades
de lidar com a frustração e com os limites”.
A
mídia propõe corpos bem feitos e magros como garantia de sucesso. No obeso, isto
pode gerar distorções psicológicas, baixa autoestima, humilhações,
discriminação e preconceitos, que pode ser observado no dia a dia escolar,
deixando a criança com a sensação de vulnerabilidade, medo, vergonha, podendo
ficar deprimidos e sem forças emocionais (COZER; PISCIOLARO, 2012).
O
bullying é um problema encontrado no mundo todo e contamina o ambiente escolar,
Fante (2005) descreve este fenômeno:
Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais
ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou
mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully,
que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é
entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.
Cozer e Pisciolaro
(2012) descrevem as crianças obesas como
alvo frequente para o bullying, causando ansiedade excessiva e alterações no
comportamento, o que pode acarretar transtornos alimentares.
3.3.2 Transtornos alimentares
Vários fatores causam os transtornos, Cozer e Pisciolaro (2012) citam como exemplos
a “tendência à obesidade, eventos
adversos (abuso sexual, perdas importantes, bullying), genética, padrão
familiar e fatores socioculturais (padrões de beleza rígidos, culpa ao se
alimentar etc.)”.
Dos fatores precipitantes ao desenvolvimento dos
transtornos alimentares, ou seja, que marcam o início do transtorno podemos
verificar que a prática de dietas é o fator isolado de maior evidência. As
dietas levam ao estado de fome, diminuição do metabolismo, aumento da
eficiência no armazenamento de energia – que leva a maior ganho de peso por
cada caloria consumida, diminuição na taxa de perda de peso a cada dieta,
aumento na taxa de reganho de peso, além de causar letargia, irritabilidade, e
obsessão pela comida.
Pessoas
com distúrbios bulímicos costumam comer exageradamente, para depois provocar o
vômito e a diarreia, por meio de laxantes. Estes procedimentos são para evitar
o aumento de peso ou para esvaziar o estômago (HABITANTE; GUIMARÃES; DÂMASO,
2001).
Ainda
os mesmos autores descrevem as causas psicológicas como culpa por comer demais
e por esconder dos demais a compulsão pelo vômito, o que resulta em
complicações físicas como lesões nos dentes, irritação, como também inflamação,
na garganta e sangramento retal, devido aos usos constantes de laxantes.
O crescente número da depressão
infantil tem levantado questões, “durante muito tempo acreditou-se que as
crianças raramente apresentavam depressão” (LUIZ et all, 2005), mas alguns
estudos apresentam que “transtornos depressivos também surgem durante a
infância e não apenas na adolescência e na vida adulta”.
“A autoestima pode ser caracterizada como um
juízo pessoal que a pessoa tem sobre si e expressa repulsa ou aprovação sobre
si. Caso seja depreciada, pode estar relacionado à depressão, suicídio,
ansiedade e sentimentos de inadequação” (COZER; PISCIOLARO, 2012).
Alguns sintomas indicam o
estado depressivo da criança, como tristeza, irritação e agressividade
frequente, Luiz et all (2005) descrevem que:
As súbitas mudanças de
comportamentos nas crianças, não justificadas por fatores estressantes, são de
extrema importância para justificar um diagnóstico de transtornos depressivos.
Os sintomas depressivos podem interferir na vida da criança de maneira intensa,
prejudicando seu rendimento escolar e seu relacionamento familiar e social.
Andriola e Cavalcante (1999), concluem ser importante
a ajuda de psicólogos, “diante da suspeita de depressão, pois, se confirmado o
diagnóstico, o mesmo poderá estar relacionado a problemas emocionais graves,
que necessitam de um tratamento mais complexo”.
BIBLIOGRAFIA
CATANEO, C; CARVALHO, A. M. P; GALINDO, E. M. C. Obesidade e
aspectos psicológicos: maturidade emocional, autoconceito, lócus de controle e
ansiedade. Psicol.
Reflex. Crit. Porto Alegre, v.18, n. 1, Apr.
2005. Disponível em: www.scielo.br. Acesso em: 13/10/2012.
COZER,
C; PISCIOLARO, F. Etiologia dos Transtornos Alimentares. Revista da ABESO - Ano XII - Nº 59 - Setembro/2012 Disponível
em: http://www.abeso.org.br/pdf/revista59/alimentacao.pdf
Acesso em 26/10/12
HABITANTE,
A. C; GUIMARÃES, A. F; DÂMASO, A. R. Balanço energético e controle de peso. In:
DÂMASO, Ana R. Nutrição e exercício na
prevenção de doenças. Medse: Rio de Janeiro, 2001. Cap. 6 p. 169
LUIZ, A. M. A. G. et al . Depressão,
ansiedade e competência social em crianças obesas. Estud. psicol. (Natal),
Natal, v. 10, n. 1, 2005. Disponível em:
www.scielo.br/scielo. Acesso em 30/10/12.
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