O DESENROLAR DAS ATIVIDADES
Quando
assistimos a um filme que nos encanta, emociona, diverte, compartilhamos com os
outros estes sentimentos e tentamos convencê-los que vale a pena também viver
esta experiência. O mesmo acontece quando assistimos a um documentário interessante,
atual e consciente. E quando conscientes, passamos para outras pessoas como é
importante cuidar do nosso ambiente hoje, para termos um futuro melhor.
Com
as crianças isso não é diferente, à medida que se envolvem em um projeto que
lhes interessam, também gostam de compartilhar na escola, em casa ou em outros
lugares, onde o adulto, muitas vezes, ouve a fala inteligente de uma criança.
Para
que isso seja vivido com mais intensidade, o grupo “Não queremos meio ambiente
e sim ambiente inteiro” trabalhará no Projeto Pequena Luz, indicando como é
possível com tão pouco, fazer muito para cuidar do meio ambiente e aprenderão
de forma divertida que reciclar é como brincar.
As
crianças terão a oportunidade de identificar os tipos de materiais que podem
ser reciclados, reutilizáveis e reduzidos. E saber que estes materiais estão
presentes no seu dia a dia e dentro de sua casa.
A
opção em trabalhar os “três Rs” é mostrar que desde pequenos, as crianças podem
colaborar para um mundo melhor e assim compreender que é dever de cada um cuidar
do meio ambiente.
5.1 Conhecimento é privilégio para todos
O trabalho será descrito em tópicos e com
algumas informações:
·
Desde o primeiro trabalho aplicado na ONG, com grupos anteriores e
atuais, nos preocupamos em ofertar livros didáticos, livros de leitura,
materiais escolares e cadernos.
·
Contar histórias e incentivar o gosto pela leitura;
·
Sessão Eco Cine: uma história divertida da
Turma da Monica que explica o cuidado do meio ambiente. Com direito a pipoca e
suco;
·
Organizamos brincadeiras com a coleta
seletiva, espalhando diversos tipos de lixo em que as crianças deveriam colocar
na coleta correspondente;
·
Apresentamos
o Eco Tapete, feito com materiais reaproveitados, para que pudessem deitar ou
sentar quando fossem ler, assim incentivamos a leitura e a memorização. Fizemos
com placas de E.V.A. que são descartadas a toneladas pelas lojas da R. 25 de
março.
Observação: Duas vezes por semana, as
lojas colocam na rua materiais que consideram desnecessários, incluindo estas
placas que utilizamos. São mais de diversas cores e estampas de placas que vão
para o lixo sem nenhum tipo de reaproveitamento. Buscamos algumas delas, sem
nenhum constrangimento, para a construção do Eco tapete.
·
Acompanhamos a higiene bucal orientando
formas de evitar o desperdício de água.
·
Contamos e interpretamos histórias, para em
seguida dançarmos a música “A árvore da Montanha”.
·
Personalizaram a bolsinha, contendo um kit de
higiene bucal, em que pintaram com criatividade e alegria.
·
Demonstramos como construir brinquedos com
garrafas de plástico, para em seguida cada um personalizar o seu com papéis e
sobras de E.V.A. Neste mesmo dia, com os mesmos e outros materiais, cada um
recebeu uma coroa de uma lanchonete, e com mais materiais e adesivos,
personalizaram de formas diferentes e com muita criatividade, cada um a sua
coroa.
·
Com caixas de leite, reutilizamos e
transformamos em uma bolsinha para as meninas e malinhas para os meninos, a
decoração foi feita com retalhos de tecidos que são jogados fora pelas lojas da
R. 25 de março.
Utilizamos outros materiais para
a concretização do projeto, tais como: plástico cristal, disco DVD, materiais recicláveis
não cortantes, caixas de papelão, tintas para tecidos, pincéis, tecido em TNT,
madeira em MDF, para o kit higiene: creme dental e escova de dente.
O espaço para a aplicação do projeto foi
o da igreja, onde está situada a ONG, sendo: sala de aula com TV/DVD, a sala
ampla de refeição e pátio.
O trabalho nesta ONG nos
deu grande satisfação, porque é um local de grande necessidade educacional,
tanto por falta de voluntários como a escassez de atividade lúdica entre as
crianças.
Em uma de nossas
apresentações, não havia nenhum professor ou voluntário presente, quem estava
com as crianças era a coordenadora pedagógica do projeto. Sentimos o quanto a
nossa ajuda foi importante e realizamos o nosso projeto com satisfação, desde a
aula sobre o meio ambiente, como as brincadeiras, as atividades e o lanche que
levamos. Fomos necessárias para a ONG e para as crianças. Doem-nos saber que
lhes falta recursos, para que o projeto de ensino prospere.
Os
gastos financeiros para a realização do projeto torna-se um peso se não houver
trabalho em equipe. O que tornou o custo mais baixo foi o reaproveitamento de
materiais que iriam para o lixo e primordialmente os parceiros encontrados
durante a realização do projeto. Estas parcerias fizeram a diferença, não só
para a contribuição financeira como também a divulgação do trabalho da ONG.
Algumas
pessoas passaram a contribuir mensalmente para a ONG e outras levantaram
doações para um bazar. A igreja Presbiteriana Filadélfia prontificou-se a
contribuir mensalmente com 70 kg de arroz por mês e a Sociedade Auxiliadora
Feminina da igreja Presbiteriana de Vila Mariana, costuraram uniformes para as
crianças, com todo o material, sem nenhum custo para a ONG.
5.3 Pessoas que entram e saem ao longo dos semestres
Cursar
a faculdade e concluí-la exige atitudes que em várias ocasiões fere o conforto
ao qual estávamos acostumadas, para tanto é necessário amadurecimento, pensar e
realizar trabalhos e trabalhos em grupo, cujo objetivo a alcançar requer
dedicação, comprometimento e compatibilidade.
Trabalhos
em grupo significam busca da construção coletiva de um novo conhecimento, não
privilegiando um ou outro, muito menos sobrecarregando uns enquanto outros
descansam. Exige similaridade de pensamento ao que deseja construir e executar,
guardadas as limitações próprias de algumas pessoas.
Uma
das coisas em que se deve estar atento é com quem você está formando o seu
grupo:
·
Qual
o interesse desta pessoa, se ela deseja apenas nota, você terá dores de cabeça
e stress, porque ela não vai se interessar por nada, tudo terá que ser de
qualquer jeito e ela nunca terá tempo, haverá compromissos inadiáveis nos
momentos mais importantes;
·
Trabalha
e estuda. Há duas versões importantes aqui, esperamos explicar corretamente:
tem a que trabalha e sabe que tem certos direitos de estagiário para cumprir os
trabalhos pedagógicos exigidos pelo curso, mas finge que não sabe e não
comparece as visitas a ONG e não faz absolutamente nada para ajudar; e aquela
que realmente é subjugada no emprego, mas que auxilia no que lhe é possível e
se esforça para não estar fora do que acontece. Esta você deve apoiar. Para
estes dois exemplos, ambos requerem olhar sensível e mais de uma oportunidade
para se retratar. Diálogo e perdão, perdão e diálogo, este é o segredo do
sucesso em um grupo.
·
As
brigas e discussões são situações que, provavelmente, ocorrerão. Tenha
sabedoria ao que vai dizer e não tome decisões no calor do momento. Deixe para
o amanhã decidir-se a novas atitudes, assim terão tempo para pensar e não fazer
algo que se arrependa.
·
Nunca
deixe pra última hora o planejamento do que vai apresentar na ONG, organize-se,
dedique-se e realize com alegria. Vão felizes e nunca, nunca, nunca vão
emburradas uma com as outras ou discutam na ONG. As portas vão se fechar para
vocês e para a próxima.
Receita
para formar um grupo eficiente não existe, infelizmente. O que existe mesmo são
pessoas cheias de defeitos (sem exceção). Mas o que torna um grupo unido é o
desejo de fazer o melhor e que queira, com as experiências, aprender algo novo
todos os dias, sem medo da transformação. Porque mudança é difícil, quebra
orgulho, vontades, conforto, atitudes. Porém, a mudança não é impossível.
Uma
das pérolas deixadas por Paulo Freire que mais ouvimos ou lemos é que deixo
aqui: “Ninguém ignora tudo. Ninguém
sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa.
Por isso aprendemos sempre”.
Várias foram, entretanto,
as dificuldades na execução desse projeto. Ele surgiu e cresceu num encontro
que tive com a Flávia. As ideias surgiram conforme os diálogos e o carinho por
cada plano a ser executado, fazendo uma leitura pedagógica do que vinha
surgindo.
Mas passamos por
dificuldades de adaptação em outros grupos. No primeiro semestre, mal sabíamos
quem era quem e nos juntamos com quem estava próximo de onde sentávamos. Foi no
segundo semestre que as amizades foram clareando, não só para uns, mas a todas
as alunas da pedagogia.
O segundo semestre te fará
perceber, realmente, como é trabalhar na educação não formal e o quanto o seu
empenho te fará crescer. Surgem, então, as trocas de grupo. Isso é normal. Você migra e outras também,
até você se estabelecer e pensar: encontrei finalmente!
Nosso grupo, de cinco
pessoas, ficou forte no quarto semestre, mas nem tudo dura, porque tudo é
mutável. Duas do grupo mudaram de horário e uma não alcançou nota para seguir o
quinto semestre. Sofremos um abalo considerável e como não queríamos migrar
para outro grupo, nos unimos em dupla.
Um fato interessante é que
a integração entre nós foi tão plena que não medimos esforços para conseguir
doações e colaboradores para o Projeto Pequena Luz. Um dos exemplos foi
carregarmos um rolo de tecido muito pesado, da R. Vinte e Cinco de Março até a
minha casa, em Interlagos, de metrô e ônibus. Sem constrangimentos, mas rindo
da situação em que nos encontrávamos: uma enorme dificuldade em transportar e
segurar o rolo durante o percurso, mais sacolas de E.V.A. que conseguimos.
Poder fazer, criar, investir
e encontrar alguém que queira transformar-se conosco é sempre estimulante.
Revendo nossa parceria, que
foi do tipo que acrescenta, consolida e impulsiona a valorizar cada vez mais a
prática pedagógica, fica-nos a certeza de que cada momento foi especial e
determinante em nossa forma de pensar a educação não formal.
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