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domingo, 25 de setembro de 2011

Igreja na Idade Média

    Estamos estudando História da Educação e estou amando de paixão. Esta é minha matéria preferida neste semestre. Eu acordo super empolgada para esta aula. Tomei a liberdade de postar um texto que minha professora postou em seu blog, que por acaso é a Yara Kassab.

                                           A Educação e a Igreja na Idade Média
-                                          Um breve relato - por Yara Kassab
A educação do homem medieval ocorreu de acordo com alguns acontecimentos da época, entre eles, a pregação apostólica no século I depois de Cristo, a doutrina dos Santos, que ocorreu entre os séculos I ao VII depois de Cristo, o que conciliou a fé cristã com as doutrina greco-romanas e difundiu escolas catequéticas por todo o império. Ao mesmo tempo a educação monacal conservou a tradição e a cultura antiga, com os copistas reproduzindo as obras clássicas nos conventos.
A partir do século VI o cristianismo foi adotado como religião oficial surgindo assim a centralização do ensino por parte do Estado Cristão, o que fez a escola tornar-se aparelho ideológico do Estado. Criou-se ao mesmo tempo uma educação para o povo, que consistia em uma educação catequética, dogmática; e outra educação para o clérigo, as camadas ricas que consistiam no humanismo e filosófico-teológico.
Os estudos medievais compreendiam o trivium e o quadrium, o trivium era formado por gramática, dialética e retórica e correspondia ao ensino médio; nas aulas de gramática incluía o estudo das letras e literatura, nas aulas retóricas além da arte de bem falar, ensinava-se história, nas aulas de dialética cuidava-se da lógica ou a arte de raciocinar; o quatrivium por geometria, aritmética, astronomia e música e correspondia ao nível superior, portanto as disciplinas eram estudadas por um número menor de pessoas; nas aulas de geometria incluía eventualmente a geografia, nas aulas de aritmética estudava-se a lei dos números, nas aulas de astronomia tratava-se da física e nas aulas de música estudavam-se as leis dos sons e a harmonia do mundo.
Na Idade Média, no período Carolíngio o trivium e o quadrivium foram considerados suportes metodológicos para a educação masculina – em principio as meninas não estudavam. Foi no final do século VIII e início do século IX que tem início o renascimento carolíngio, quando Carlos Magno, Imperador dos francos traz para sua corte vários intelectuais com o objetivo de reformar a vida eclesiástica e consequentemente a do sistema de ensino, que compreendeu a criação de três escolas com diferentes sistemas de ensino: a) a escola paroquial, que era de educação elementar e o ensino era ministrado por sacerdotes que tinha como objetivo doutrinar as massas camponesas, mantendo-as ao mesmo tempo dóceis e conformadas ; b) a escola monástica que era de educação secundária e o ensino era ministrado nos conventos por monges; c) a escola imperial que era de educação superior e o ensino era ministrado para preparar funcionários do Império .
Na Idade Média a Universidade era vista como uma assembleia corporativa seja de marceneiros, curtidores ou sapateiros, mestres e estudantes.
Universidades de mestres e estudantes constituíram-se em uma das primeiras organizações liberal da Idade Média, tornando-se centros de fermentação intelectual, iniciaram-se com o desenvolvimento das escolas monásticas, com a organização gremial da sociedade e o vigor da ciência trazida pelos árabes e suas atividades docentes eram desenvolvidas conforme o método da escolástica, baseado nas lições, repetições e nas disputas.
As Universidades de mestres e estudantes permitiram a burguesia emergente no final da Idade Média participar de vantagens que até então só pertenciam ao clero e a nobreza. Como pode se constatar a maioria de seus membros era rico. As Universidades representavam uma força nas mãos das classes dirigentes. Talvez uma das Universidades mais antigas seja a de medicina Dara no século X localizada em Salermo, na Itália.
Podemos observar que nos Currículos da Idade Média não havia a educação para o físico, é que a igreja considerava o corpo pecaminoso: ele tinha que ser sujeitado e dominado, os jogos e exercícios ficavam por conta da educação do cavaleiro.
O começo da época medieval foi difícil, diante das constantes ameaças de povos conquistadores, foi um período de violência e confusão, fazendo com que os nobres se refugiassem em castelos fortes ao redor dos quais se reuniam os habitantes do campo, temerosos da incursão inimiga. Os exercícios físicos, já enfraquecidos no decorrer da decadência romana, ainda mais perderam sua importância, restando apenas uma prática desprovida de unidades pedagógica e nenhuma educação física escolar popular.
As cruzadas que a igreja organizou, durante séculos exigiam preparação militar, cuja base foi constituída pelos exercícios corporais. Entre os cavaleiros da classe nobre, surgiu a instituição das justas e dos torneios, em substituição aos antigos jogos públicos da Grécia e de Roma.
Para os exercícios do físico o que predominava era a destreza na equitação e no manejo das armas. Nos pátios dos castelos e nos campos vizinhos, os jovens se adestravam na esgrima da lança e da espada. Praticavam corridas, saltos, escaladas, natação, jogos de luta e a doma de potros bravios. O futebol e o tênis, respectivamente com os nomes de cálcio e jogo de raqueta, têm suas origens na Idade Média.



Os meninos e os jovens se divertiam ao ar livre com uma variedade de jogos, além de aprenderem a dançar e cantar. Nos dias chuvosos e de intenso inverno jogavam juntos ao fogo, o xadrez e a dama.
Mas os grandes desportos da Idade Média, além da caça, foram as justas e os torneios, praticados intensamente na França, Alemanha, Inglaterra, Itália e Espanha, alternados com a cavalaria de tourear e outros divertimentos. Em todos estes desportos colocavam-se à prova a força, a habilidade e a resistência, como a arte e a fidalguia. Estes desportos tinham um só fim: enobrecer o homem e fazê-lo forte e apto.
O que se pode verificar é que estes exercícios eram privilégio da nobreza e de certa parte da burguesia. O povo divertia-se com atividades menos custosas, exercitando-se com a prática de exercícios naturais e alguns jogos tradicionais, como arremesso, lutas, a caça, arco e flecha, equitação, pelota, etc..
No decorrer dos estudos sobre a Idade Média, verificamos que o sentimento de infância não existia o que não quer dizer que as crianças fossem negligenciadas, abandonadas ou desprezadas. O sentimento de infância não significava o mesmo que afeição pelas crianças; é que não existia na Idade Média a consciência que distinguia a criança do adulto. Por esta razão, assim que a criança tinha condições de viver sem o auxílio de sua mãe ou ama, a criança ingressava na sociedade do adulto e não se distinguia mais destes.
Portanto, quando buscamos referências à idade dos alunos da Idade Média não encontramos. Foi no século XV que teve inicio a divisão da população escolar em grupos que tivessem a mesma capacidade, sob orientação de um mestre e no decorrer dos séculos que surgiu a necessidade de adaptar o ensino do mestre ao nível do aluno. Esta distinção em colocar o ensino ao alcance do aluno indicava uma conscientização da particularidade da infância ou juventude e do sentimento de que no interior dessa infância existiam varias categorias de idade.
O que possibilitou os estudos realizados por diretores e professores sobre as classes escolares e as idades dos alunos durante os séculos XV, XVII e XVIII, foi a análise realizada das listas de alunos elaboradas para a montagem das classes, o que pode ser verificado que as classes estavam sendo montadas a partir da homogeneidade da idade.
Até o meio do século XVII, considerava-se a primeira infância entre 5 e 6 anos, quando o menino deixava sua mãe ou ama. Aos 07 anos ele podia entrar para o colégio e por algum tempo a entrada do menino para as classes de gramática foi retardada para os 9 – 10 anos. Portanto eram as crianças até 10 anos que eram mantidas fora do colégio.
O que pode ser verificado é que a escola medieval não era destinada as instruções para crianças, era uma espécie de escola técnica destinada a instruções para clérigos fossem jovens ou velhos. A escola acolhia indiferentemente as crianças, jovens ou adultos


Moacir Gadotti, Histórias Das Ideias Pedagógicas, p52
Maria Lúcia de Arruda Aranha, História da Educação, p:77
Jayr Jordão Ramos, Os exercícios na História e na Arte, PP: 165, 166,167
                                          Um abraço!

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