Home A Artesã Minhas Artes Contato

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Posso ficar devendo um centavo?

       Eu gosto das coisas certas e fico indignada quando um estabelecimento tenta me passar a perna com o meu troco. Sou do tipo que cobra os centavos de troco, mesmo que apenas um centavo. Meu marido fica louco da vida e não era pra ser assim, já que lida com números o tempo todo na empresa que trabalha.
     Hoje ao pagar minha refeição, a caixa não me voltou os R$ 0,03. Questionei e respondeu-me com zombaria não ter o troco e eu disse que era meu direito receber o troco, já que o estabelecimento fazia questão dos meus R$ 0,02. Ela abriu o caixa e devolveu-me R$ 0,05.
    O engraçado é que nos passamos de chatos, mesquinhos, mão de vaca, encrenqueiros e muitos outros nomes, mas quando nos conscientizamos do que ocorre por trás do mísero um centavo, descobre-se a verdadeira fábrica de lucro do comerciante.
    Fui a busca de algumas informações pela web, para saber se sou uma consumidora em extinção e me senti aliviada ao saber que outros fazem cálculos mais elaborados que os meus.
Posso ficar devendo um centavo?
     Essa pergunta tornou-se comum no comércio. Mas como se trata de centavos, algumas pessoas não se importam de ficar sem o troco. “Afinal um centavo não vale nada”. Engano: Vale a postagem de uma carta social para qualquer parte do Brasil. Para isso o envelope deve estar escrito a mão, ter peso máximo de 10g e o remetente deve ser pessoa física.
    Uma família com cinco pessoas, por exemplo. Se cada uma deixar de pegar o troco de um centavo cada dia, no final do mês é R$ 1,50 a menos. Com este valor daria para pagar quatro pães.
    A Revista Acessa.com- Negócios nos diz como essa história começou:
    Ficar devendo um centavo tornou-se um hábito mais frequente depois da onda de mercadorias a R$ 0,99. A economista, Marcia Rezende de Medeiros Motta, diz que foram feitos estudos que comprovam que todo preço terminado em nove chama a atenção. “Isso aumenta o consumo e, consequentemente o arredondamento para cima no valor da mercadoria.” Diz a economista.
    Vitor Vilela Guglinski, da Revista Jus Navigandi,  diz: “ Para não correr o risco de escrever besteiras, resolvi confirmar minhas suspeitas junto ao gerente de uma das lojas de uma grande rede de supermercados de Juiz de Fora – MG, sendo que o estabelecimento é um dos menores da rede. Ao mesmo tempo, colhi informações de natureza fiscal junto a um amigo que é contador de grandes estabelecimentos comerciais, portanto acostumado a lidar com os detalhes das operações fiscais.
    Segundo o gerente consultado, a loja a que me refiro possui um movimento médio de 10.000 consumidores por mês. Proponho, então, a seguinte situação: se for ao supermercado todos os dias da semana, e ficarem devendo a você, consumidor, um centavo por dia, em uma semana terão lhe tirado R$0,07. Em um mês serão R$0,28 e, em um ano R$3,36. Multiplicando esse número por 10.000 (dez mil), que é o número médio de consumidores que frequentam mensalmente o supermercado em questão, teremos ao final do ano a soma de R$33.600,00 (trinta e três mil e seiscentos reais).
    Pode até não ser uma quantia considerável para o consumidor, mas para o fornecedor é algo muito valioso, se levarmos em consideração que toda a atividade fiscal em torno dos seus negócios tomará como base o seu faturamento. Isto é, para fins jurídicos, a atividade do Fisco tomará como parâmetro para o recolhimento de tributos aqueles valores expressos no cupom fiscal que é emitido para o consumidor. Exemplificando: se um produto custa R$1,59, mas o consumidor no ato da aquisição pagou R$1,60, o valor que será faturado e declarado à Receita Federal, como percebido pelo estabelecimento comercial, será o primeiro, ficando de fora o centavo restante que, no final de um ano, irá se transformar numa quantia muito interessante para a empresa, sobretudo em se tratando das grandes redes de varejo do país. Como popularmente dito, é uma grana "de lambuja" para o comerciante.
    Nunca aquele famoso ditado popular foi dito com tanta propriedade:
                         De grão em grão...
                    Um abraço!

0 comentários:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...