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sábado, 18 de agosto de 2012

Alegoria da caverna e o pecado

   Olá, pois é, estou sumida novamente. Me desculpem, mas a faculdade está exigindo sangue, suor e lágrimas, mas é realmente compensador.
   Eu estava preparando uma aula para as crianças de minha igreja, quando me lembrei do curso de filosofia em que o professor nos falou sobre o mundo das ideias, de Platão. Ouvindo a explicação associei imediatamente com o pecado e como o mundo reage quando falamos do evangelho. 
   Estava a procura de imagens, quando me deparei com um site que falava o que eu pensava. Pronto, minha aula está mais do que bem explicada. Vou compartilhar o endereço, passem lá depois e confiram. Foi muito bom. ( http://tuporem.cdlpiba.org.br/?p=1082).

   Não sei se você já ouviu falar do “Mito da Caverna”. É o livro de nº VII da “República” escrito pelo filósofo grego Platão. Apesar de bastante conhecido, é bastante complexa sua escrita e de difícil compreensão.
   Platão nos faz imaginar uma caverna onde existem alguns homens que não apenas moram lá, mas estão presos pelos pés e pelas mãos e não se mexem. Conseguem somente olhar para frente, e a única coisa que vêm é uma luz que entra na caverna, refletindo sombras numa parede. Então, o que acontece com os homens lá fora, reflete lá dentro, inclusive com o som que vem de fora ecoando pela caverna. A única coisa que fazem na vida é observar as sombras que passam por eles. Para eles, aquela é a realidade. Para eles, o mundo todo está naquela parede. De tanto observar as sombras, vivem uma vida mesquinha, com competição entre si para constatar quem vê melhor as sombras, para ganhar louvores e honras. Cegados pela sombra, da caverna não querem sair.   Acostumaram a ver a vida daquela maneira.
   Mas então um prisioneiro consegue se libertar e vai saindo da caverna aos poucos até chegar no mundo lá fora, e observa que os homens e os sons que viam e ouviam na caverna, são como eles e que a vida lá fora é viva, pois existe natureza e claridade. Existe o sol!
   Tentando voltar para a caverna e mostrar aos seus companheiros o quanto estão enganados, o quanto o que veem e ouvem são mentiras, aquele homem estará sujeito a ser ignorado ou até morto, por falar tantas “invenções”. Tirar o homem da caverna é um processo. Poderia primeiro mostrar a noite, o reflexo na água, estrelas e lua e só depois o sol. A partir do sol conhecem as estações, os anos, a causa do que viam na caverna.
   Com este mito, Platão quis ensinar que nós vivemos numa realidade de sombras, que estamos acostumados com o senso comum, vivendo em total ignorância, como presos numa caverna e tendo como realidade apenas o que se vê à frente. Ele queria despertar em nós o pensar, a crítica, a eterna busca da verdade, razão da filosofia. Mas temos dificuldade com o verdadeiro, apresentamos resistência. Pensar dói. Sair da zona de conforto incomoda, há ofuscamento pela luz porque sempre vivemos nas trevas. Platão quer nos tirar do senso comum, do “aceitar tudo como é”.
   Platão ensina que é dever de todo cidadão chegar ao mundo das ideias e depois voltar à caverna de onde saiu, e iluminar o que está errado, levar a verdade. Não pode ficar no mundo das ideias sem voltar para iluminar as trevas. O conhecimento está ligado ao dever de compartilhar.
   Ao estudar esses ensinamentos, isso me fez pensar em nossa vida cristã.
  Nascemos pecadores. Estamos escravizados pelo pecado, presos na escuridão, tão cegos e perdidos que não conseguimos por nós mesmos ver nosso próprio erro. Aceitamos o que é errado porque “não é tão errado assim”, ou porque as consequências nem são tão doloridas. E temos uma leve sombra do que é correto, justo e bom. Acreditamos que esses conceitos nos bastam para viver bem. Mas, na verdade, o correto, o justo e o bom estão em Deus. Por Ele nos ter criado à sua imagem e semelhança, carregamos conosco esses conceitos.
   Então é preciso sair da caverna, livrando-se da escravidão do pecado. A diferença, é que por nossos próprios esforços, não conseguimos sair. É Cristo quem nos liberta dessa escravidão, é o Espírito Santo que nos convence do pecado e nos tira da caverna. Por meio de Cristo, vemos a Luz! Por meio de Cristo nos encontramos com Deus, fonte de toda verdade, fonte de toda justiça, fonte de tudo o que é bom, pois é Ele quem determina o que é correto, justo e bom. Por meio dEle encontramos a vida, por meio dEle somos perdoados e purificados!
    No entanto, não podemos ficar apenas vivendo na luz e desfrutando da presença de Deus. É preciso voltar à caverna! Não para nos tornar escravos novamente. Afinal, uma vez libertos, não há como nos escravizar novamente, ficarmos presos novamente vivendo uma falsa vida, sabendo que existe liberdade fora da caverna. Mas precisamos ir até a caverna, ir ao mundo, onde vivem os escravizados pelo pecado, para levar a luz, levar a verdade àqueles que estão vivendo de ilusões. Precisamos iluminar a caverna, apresentar a realidade, apresentar a Fonte da justiça, do bem, do amor, do correto, a verdade!
    Nessa volta, seremos ignorados, seremos zombados, alguns já foram mortos e outros estão sendo julgados por mostrar a Luz! Mas o nosso dever não pode enfraquecer, não pode desaparecer! Cristo nos tirou da prisão da caverna e é nosso dever compartilhar a Sua cruz, que nos trás perdão de pecados, purifica nosso modo de viver e dá vida eterna!
O texto de 1 Pedro 2:9-10 diz:
“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para Sua maravilhosa luz. Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não haviam recebido misericórdia, mas agora a receberam.”
A verdade central desse texto é compartilhar a obra de Cristo é reconhecer que Ele nos tirou das trevas e nos deu dignidade de vida!
1) COMO EU ERA:
a) Vivia nas trevas
Nascemos moradores da caverna. Não conhecemos a verdade, somos presos ao pecado, tendo certeza de que não existe vida além daquilo que vivemos.
b) Não era povo
Não há sequer identidade para quem está na caverna. Não há reconhecimento, não são uma nação.
c) Não tinha a misericórdia de Deus
Deus só oferece misericórdia aos seus filhos. Ele tem misericórdia de quem Ele quer ter (Romanos 9:15). Deus nem ouve as orações daqueles que vivem perdidos em seus delitos e pecados. (Isaías 59:2)
2) COMO EU SOU:
a) Vivo na luz
Cristo me tirou das trevas! Libertou-me da escravidão das trevas, levando-me para a luz. Fez-me enxergar minha condição de pecador e me perdoou. (João 12:36; 1 João 1:7)
a) Geração eleita
Deus nos escolheu antes da fundação do mundo (Efésios 1:4). Ele nos escolheu para crermos nEle e que entendamos que Ele é Deus (Isaías 43:10).
b) Sacerdócio real
O Espírito Santo faz meu corpo refletir a santidade de Deus. Somos representantes do Senhor na sociedade. Temos o dever de interceder a Deus pelos outros. Somo sacerdócio real porque somos filhos do Rei!
c) Nação santa
O Senhor faz de nós santos (Deuteronomio 28:9), ou seja, separados do pecado, e temos que ser santos porque Ele é santo (1 Pedro 1:16).
d) Povo exclusivo de Deus
Deus, no decorrer da história, foi separando seu povo, povo apenas dEle. Ele tirou Israel do Egito e o levou para a Terra Prometida. E hoje, por meio de Cristo, fazemos parte desse povo exclusivo de Deus. Dentre todos os povos da terra, o Senhor nos escolheu para sermos seus tesouros (Dt. 7:6; 14:2). Ele nos formou para Si mesmo (Isaias 43:21), de modo que não somos propriedade de mais ninguém, nem de nós mesmos. O Senhor é nosso autor e dono! Mesmo não sendo israelitas, o Senhor nos enxertou em seu povo, fez-nos seu povo (Romanos 9:25-26).
e) Recebi misericórdia
O Senhor teve misericórdia de nós e nos redimiu, tirando-nos das trevas da caverna. Privilégio de receber misericórdia do Senhor! Ele não nos deu o que merecíamos – o inferno!
3) PARA QUE EU SOU:
E Ele então nos deu toda essa dignidade, nos adotou como seus filhos, para proclamarmos as suas virtudes, as suas grandezas, as suas maravilhas, as suas obras! Quantas coisas o Senhor fez e faz por nós. Quando reconhecemos a miséria da qual Ele nos tirou e a dignidade que Ele gratuitamente nos concedeu, temos a intensa vontade de proclamar as obras de Deus àqueles que ainda moram na caverna (Isaias 43:21).
APLICAÇÃO
   A glória de Deus é manifestada quando levamos a luz a quem vive nas trevas! Não deixe de falar da mudança de vida que Ele causou em você! Ele te salvou para o louvor da Sua glória! Compartilhe tamanho presente! Ou você quer que as pessoas ao seu redor continuem vivendo nas cavernas com apenas um reflexo de luz?
    Mas lembre-se que, uma vez na caverna a fim de levar a luz, não convém que você se sente com eles e coloque as algemas nos pés e nas mãos novamente. Você já conhece a verdadeira vida! Fuja do que te leva novamente à escravidão do pecado! Viva a dignidade de vida que o Senhor te deu!

       Foi muito bom e aplicarei para as crianças amanhã. Abraços

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