Compreensão

    Quando assisti Sex and the Cite 2, duas cenas me deixaram intrigada.
    A primeira, foi a parte em que elas fascinadas e horrorizadas, observaram uma mulher vestida com a burca, comendo batatinhas fritas à beira da piscina de um hotel de luxo. A mulher, com apenas os olhos à vista, levantava com cuidado o seu véu próximo aos lábios e introduzia a batata, onde elas imaginaram que saboreava com prazer. Aquilo as fascinaram a tal ponto que não conseguiram tirar os olhos da cena e eu também. Engraçado vermos uma cena pelos olhos de outra pessoa.
    A segunda, foi uma cena em que Samanta fez a maior cena em uma rua lotada de homens conservadores e religiosos, por causa de sua bolsa cheia de camisinhas que se espalhou pelo chão em plena rua pública, o que mostrou o grau de sua promiscuidade (covenhamos, ela é danada com relação ao sexo, o que causou muitas confusões pra suas amigas). As quatro ficaram em situação de risco com a perseguição daqueles homens, que muito delicadamente, sugeria um linchamento. Quando algumas mulheres passaram vestidas com suas burcas e fizeram sinal para que as seguissem. Bobas nem nada, foram atrás. Entraram em um cômodo onde outras mulheres com a mesma vestimenta estavam sentadas e aparentemente apáticas. Qual foi a surpresa!!!!
Elas uma a uma tiraram a burca e mostraram suas roupas coloridas, com glamour e de grife das ruas chiques de Nova York e assim as quatro amigas se sentiram em casa.
    Agora quero explicar:
    Estava andando em plena praça da V. Joaniza e parada em um farol, esperando para atravessar a rua, sentindo no corpo o calor de uns trinta e cinco graus. Viro o rosto a minha esquerda para olhar a rua, quando meus olhos deparam com um casal contrastante com os indíviduos costumeiros do bairro. Homens em suas bermudas largas, uns desleixados outros não, as mulhers andando com seus shorts e camisetinhas regatas, mostrando metade da barriga, que cá entre nós, eu não teria coragem de usar. Mas voltemos ao casal.
    Ele com uma túnica longa e de cor clara, em um linho crú e de boa qualidade, com sandálias que mostravam os dedos dos pés. Parecia um personagem bíblico. Mas o que causou o contraste com a paisagem pitoresca, foi a mulher, que em minha imaginação saiu da tela do filme Sex and the City e causou olhar de admiração. A mulher estava vestida com a burca. Eu mesma, NUNCA, havia visto uma mulher andando na rua com aquela roupa, já as ví com lenços cobrindo seus cabelos, o que não choca, até acho bonito, pois os lenços são lindos! Asim, como outras pessoas ficaram surpresas, eu também fiquei.
    Pelos poucos segundos que passou por mim, percebi que ela não conhecia bem a região, pois olhava admirada por todos os lados. Parecia interessada em tudo o que via, mas o que me causou um sorriso leve em tão chocante cena (comparada com nossa cultura), foi que aquela roupa austera e escura, ao dar passos longos para acompanhar seu esposo (acho que era esposo), aparecia suas vibrantes meias amarelas, que desentoou de todo o negro de sua burca. Aquele pedacinho amarelo me tirou do choque para o divertimento.
    Quem sou eu para julgar a cultura daquele povo, mas fiquei curiosa pela figura desta mulher e não pude deixar de imaginar como era a sua vida por trás daquela burca. Esta imagem me perseguiu até agora e precisava compartilhar com vocês.
   Temos tanta liberdade para vestirmos o que queremos, que algumas mulheres esquecem o decoro!
    Ainda assim, agradeço a Deus por viver em um país onde as leis nos permite opções. Não considerem crítica, mesmo porque não conheço a cultura deles, mas sou feliz aqui. Beijos a todas as mulheres, sem excessão, porque sem sombra de dúvida, somos o sexo forte!