Home A Artesã Minhas Artes Contato

segunda-feira, 16 de março de 2015

OBESIDADE E O MCDONALDS – O FAMOSO ENTE AS CRIANÇAS



As crianças desde cedo já reconhecem alguns produtos pela marca, aos 2 e 3 anos de idade elas já pedem pela a marca, de acordo com Rosenberg (2008), antes de saber ler identificam alguns símbolos como o McDonalds, Coca-Cola e do sorvete Kibom. Crianças que ficam muito tempo em frente da televisão assistem propagandas em excesso por dia e isso causa profundas preocupações.

 McDonald's é um dos maiores e mais poderosos fast foods conhecidos no mundo. “Presente em 119 países, com 31.129 lanchonetes e 48 milhões de clientes diários” (FONTENELLE, 2006). A autora questiona o que realmente vende o McDonald's e descreve que em 1950, as palavras de Ray Kroc – o grande disseminador da marca McDonald's, era o show business e não o ramo de hambúrgueres, porque a rede “não vende apenas pão, mas também circo, tornando-se o paradigma perfeito do que se denomina neste artigo de “sociedade das imagens”“.
 
Em Washington, uma rede de televisão, filiada à NBC, havia um programa de grande audiência, “O circo do Bozo”, como um dos patrocinadores estava o franqueado do McDonalds, “vislumbrando nele o veículo onde poderia atingir o seu público-alvo: as crianças” (FONTENELLE, 2006). Ainda a autora, descreve o apelo dos anúncios, aliciando as crianças a irem para a lanchonete, implorando aos seus pais. O resultado foi bombástico e o palhaço começou a participar das inaugurações de novas lojas McDonalds, conseguindo filas gigantescas de pais e crianças.
 
Com o término do programa, Fontenelle continua descrevendo, o proprietário da loja em Washington personalizou seu próprio palhaço, usando o mesmo ator, Wiliam Scott, para o papel.
 O nome – Ronald – surgiu por acaso: simplesmente rimava com McDonald. Sua primeira aparição televisiva foi em 1963. Mas o palhaço só veio a ser adotado nacionalmente pela companhia numa situação que seu biógrafo, John Love, considerou como emergencial. Em 1965, o McDonald's se viu diante da grande oportunidade de participar da Parada Macy's do "Dia de Ação de Graças", comemorado em 25 de novembro, na cidade de Nova York – uma data especial para os americanos e muito popular. Foi aí que a companhia fez sua primeira compra, nacional, de mídia televisiva (FONTENELLE, 2006).

Figura: A criançada tem lugar garantido - Disponível em:                                        www.facebook.com

 Ronald McDonald torna-se o palhaço mais famoso e cria da televisão, surgindo na TV e para a TV: “reflexo de um tempo no qual esse meio estava se tornando o grande circo da moderna era eletrônica que, a essa altura, já podia reproduzir, com realismo, as luzes e cores da nossa realidade cada vez mais estetizada” e Fontenelle (2006) continua descrevendo:


  Conforme visto, a propaganda do McDonald's já surge no interior de um novo modelo de anúncio televisivo que, embora usado em outros setores, era inédito no meio do fast-food: ao invés de anunciar diretamente o produto e procurar convencer o consumidor dos seus atributos e benefícios, apela-se para uma história, uma narrativa, um filme onde se procura retratar situações nas quais a marca pode ser associada positivamente com um certo modo de vida. É interessante atentar para o fato de que os anúncios das diferentes marcas passaram a ser veiculados em forma de entretenimento. Daí porque, neste caso, o palhaço Ronald é uma espécie de paradigma desse tipo de propaganda que apela para a diversão, voltada para um espectador ávido por entretenimento.

 
Conforme Fontenelle, o McDonald's em seus comerciais denota a ilusão idealista e única de diversão encontrada somente nas lojas da rede, seduzindo com imagens e promessas de diversão.

 “A primeira loja da rede McDonalds no Brasil, foi aberta no ano de 1979, na cidade do Rio de Janeiro” , segundo Fontenelle, e em 1985, inaugurou em São Paulo a maior loja McDonald's da América Latina e a autora ainda descreve:  

Quando aportou no Brasil, a primeira imagem que o McDonald's representou não foi a do entretenimento para as massas – que era a que ainda vigorava em solo americano –, foi a de modernidade, de uma experiência de desenvolvimento, de "cultura de ponta". Enquanto nos EUA da década de 1970 o McDonald's se reinventou como diversão barata para as famílias de classe média americana, no Brasil, em seus primórdios, o McDonald's era objeto de desejo de uma juventude abastada, na região mais cosmopolita do Brasil, até mesmo devido ao preço de seus sanduíches, até hoje incrivelmente alto, se comparado com o poder de compra do brasileiro.
  
A música nos provoca fortes sensações e dirige nossas emoções inconscientemente causando leveza, alegria [...] “Ao identificar o papel da música nos programas de televisão nos tornamos telespectadores menos manipulados” (ROSENBERG, 2008, p.73).
 
E uma das estratégias usadas pela rede, a vinte e cinco anos atrás, foi o cantar quais ingredientes contém em um Big Mac, hoje outras propagandas, em que os brasileiros já sabem cantar a música, utilizam ritmos musicais do país: o forró, o funk, o samba, a bossa nova, segundo Fontenelle (2006) e conclui, que a propaganda comprova o pão com o circo, as cores, o palhaço Ronald e “já foi completamente assimilada como um estilo de ser e de se divertir do brasileiro”.
 
Rosenberg (2008) afirma que o McDonalds usa a propaganda para influenciar as pessoas de que lá é um “lugar de gente feliz” independente da qualidade nutricional dos alimentos oferecidos, os comercias usam estratégias e informações subjetivas que desperta o desejo de comer em tal restaurante.

BIBLIOGRAFIA 
FONTENELLE, I. A. Ilusões de modernidade: o fetiche da marca McDonald's no Brasil. Psicol. Soc. Porto Alegre,  v. 18,  n. 2,  2006.   Disponível em: www.scielo.br/scielo. Acesso em:  02/10/12.




0 comentários:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...